O município de Três Lagoas, com cerca de 132 mil habitantes, registrou quatro feminicídios em 2024. Apesar do número absoluto parecer baixo em comparação com grandes cidades, a taxa de 3,02 feminicídios por 100 mil habitantes coloca a cidade com o segundo pior índice do Brasil entre municípios com mais de 100 mil habitantes. O índice é mais que o dobro da taxa registrada em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Três Lagoas perde apenas para o município de Cabo de Santo Agostinho (PE) que lidera a posição com sete casos e população de 203 mil pessoas, contendo índice de 3,44 por 100 mil habitantes.
Logo após Três Lagoas, estão Vitória de Santo Antão (PE), com 2,98 de taxa, e Paço do Lumiar (MA) com 2,74.
As outras cidades que também possuem índice de feminicídio elevado são: Itaguaí (RJ) e Bagé (RS), com índices de 2,56 e 2,54 por 100 mil habitantes, respectivamente, além de Patos de Minas (2,51), Poços de Caldas (2,44), Guarapari (2,40) e Itu (2,37).
Não são apenas as cidades com maior número de pessoas que possuem índice de feminicídio elevado. Cidades pequenas como Umburatiba (MG) tem taxas mais preocupantes por ter uma população menor, 4 feminicídios foram registrados entre os 2.684 habitantes, registrando uma taxa altíssima de 149,03 por 100 mil habitantes, configurando como a maior do país.
A capital sul-mato-grossense, Campo Grande, registrou uma taxa de 1,22 feminicídios por 100 mil habitantes, conforme levantamento do Campo Grande News baseado em dados do Ministério da Segurança Pública. Com 11 casos em 2023, a cidade teve um índice proporcional maior que metrópoles como Rio de Janeiro (0,82) e São Paulo (0,44).
Entre as capitais, Teresina (PI) lidera com a maior taxa de feminicídios, atingindo 1,38 por 100 mil habitantes com 12 casos. Campo Grande ocupa a segunda posição, seguida por Manaus (0,77) e Curitiba (0,62).
Em números absolutos, as cidades com mais casos foram Rio de Janeiro e São Paulo, ambas com 51 registros cada, seguidas de Brasília (23), Manaus (16) e Teresina (12).Porém, por terem um número populacional elevado, as taxas dessas cidades são de certa forma menores.
Além do alto índice de feminicídios, Três Lagoas ocupa a 13ª posição no ranking das piores cidades para mulheres entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. O levantamento, realizado pela consultoria Tewá 225, avaliou fatores como violência de gênero, desigualdade salarial, falta de representatividade política e exclusão de jovens mulheres.
O estudo, que analisou 319 cidades, colocou Três Lagoas atrás apenas de Paranaguá (PR), São Pedro da Aldeia (RJ), Camaçari (BA), Macaé (RJ), Parauapebas (PA), Cabo de Santo Agostinho (PE), Pindamonhangaba (SP), Açailândia (MA), Santana (AP), Ponta Grossa (PR), Rio das Ostras (RJ) e Marabá (PA).
Com pontuação de 23,56, Três Lagoas ainda enfrenta desafios significativos para garantir melhores condições de vida e segurança para suas moradoras. O estudo utilizou dados de fontes como IBGE, DataSUS, RAIS e TSE para compor a análise.