Grandes empresas do setor de celulose em Mato Grosso do Sul estão buscando soluções para a escassez de moradias nas cidades próximas às suas megafábricas. Recentemente, o governador do estado, Eduardo Riedel, anunciou que a Bracell construirá cerca de mil residências em Bataguassu.
A declaração do governador foi feita durante uma agenda pública nesta semana, que contou com a presença do Secretário Nacional de Habitação, Augusto Henrique Alves Rabelo. Rabelo foi a Campo Grande para a assinatura de um convênio que prevê a construção de 252 moradias.
Bataguassu, que receberá um grande fluxo de trabalhadores para a construção da fábrica de celulose de R$ 16 bilhões da Bracell, já enfrenta atualmente uma carência de imóveis residenciais para compra ou aluguel.
Paralelamente ao projeto das mil casas permanentes, a Bracell já havia divulgado planos para a instalação de alojamentos temporários para os trabalhadores durante a fase de implantação da fábrica. Estão previstos dois grandes alojamentos, cada um com capacidade para 5 mil pessoas, divididos em módulos independentes e equipados com portaria, vigilância, primeiros socorros, quartos, sanitários, refeitórios e áreas de lazer. Esta medida visa evitar a sobrecarga da infraestrutura de saneamento básico, água potável e energia elétrica do município durante o pico da construção.
Eduardo Riedel afirmou que o Governo Federal, em parceria com o Estado, também destinará recursos para a construção de moradias, em um programa que mistura diferentes iniciativas. Ele citou como exemplo as 600 unidades habitacionais que estão sendo construídas pela empresa chilena Arauco em Inocência, município que, segundo dados do IBGE, tem uma população de 8.404 pessoas. Além dessa, Bataguassu receberá as mil unidades da Bracell.
Riedel também mencionou um grande volume de moradias construídas pela Suzano em Ribas do Rio Pardo, a pedido do governo estadual como contrapartida pelo investimento. O governador considera que essas ações são a solução para o que ele chamou de dor do crescimento, problemas que o Estado precisa resolver.
Maria do Carmo Avesani Lopez, diretora-presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul, informou que o estado possui um déficit habitacional de 70 mil unidades, com as maiores demandas concentradas em Campo Grande e Dourados. No entanto, ressaltou que municípios como Inocência e Ribas do Rio Pardo representam grandes desafios, pois ainda lidam com o impacto de períodos anteriores sem investimentos em habitação.
Com a promessa de investimentos e parcerias, Mato Grosso do Sul busca diminuir seu déficit habitacional e garantir condições dignas de moradia para os trabalhadores das novas megafábricas.