A concessão da Rota da Celulose foi arrematada nesta quinta-feira (8) pela Consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K-infra concessões e Galápagos participações, com desconto de 9% sobre a tarifa-teto de pedágio, durante leilão realizado na sede da B3, em São Paulo. A concessão foi definida pelo critério de maior desconto tarifário.
A vencedora K-Infra opera a Rodovia do Aço no Rio de Janeiro. A concessão no RJ soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393, da divisa entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda.
Além da empresa vencedora do leilão da Rota da Celulose em Mato Grosso do Sul, participaram do leilão as empresas Rotas do Brasil S.A., o Consórcio Caminhos da Celulose e o BTG Pactual.
Essa é foi segunda tentativa de leiloar o contrato, após a ausência de interessados no certame de dezembro de 2024. À época, analistas apontaram como entraves o alto valor das obras, riscos no modelo de cobrança free flow e a alta concorrência no mercado de concessões rodoviárias. Para esta nova rodada, o governo reestruturou o projeto, aumentando a taxa de retorno e ajustando exigências, o que ampliou sua atratividade.
O contrato de concessão abrange 870,3 quilômetros de rodovias estaduais e federais no Mato Grosso do Sul, integrando os trechos da BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O projeto prevê um investimento total de cerca de R$ 10,1 bilhões ao longo dos 30 anos de vigência, incluindo obras de ampliação, duplicação e melhorias na infraestrutura viária. As principais intervenções estão concentradas nos primeiros oito anos de contrato.
As obras devem ser iniciadas após a assinatura do contrato de concessão, com um prazo de até um ano para o início da cobrança de pedágio. O projeto inclui 12 pórticos de pedágio distribuídos entre os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul. Cada um desses pórticos terá tarifas diferenciadas, com os valores variando dependendo do município e da categoria do veículo.
A cobrança de pedágio será feita no modelo free flow, sistema eletrônico sem praças físicas de pedágio, em que os veículos passam por pórticos de cobrança sem necessidade de parada. O pagamento será efetuado automaticamente por meio de tags eletrônicas. Os motoristas que utilizarem o sistema via tag terão um desconto adicional de 5% sobre o valor da tarifa.
Motocicletas estarão isentas do pagamento de pedágio. Outra isenção será para veículos pertencentes ao governo estadual e para veículos de policiamento e emergência. Veículos de carga vazios também não pagarão pedágio sobre os eixos suspensos.
Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780 m² obras de arte especiais. A malha passa a ter 100% de acostamento.
Além disso, a concessionária contará com 13 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias para atendimento e socorro médico, 5 caminhões-pipa para combate a incêndios, 5 caminhões adaptados para apreensão de animais e desobstrução de pistas, e 13 postos de atendimento aos usuários, que oferecerão estacionamento, sanitários, telefones e áreas de descanso. Ao longo das margens das rodovias, serão instalados três postos de parada e descanso.
Cada uma das principais rodovias (MS-040, BR-262 e BR-267) contará com um PPD (Postos de Parada e Descanso), oferecendo a infraestrutura necessária para proporcionar descanso seguro aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e passageiros.
Esses postos servirão como locais onde os caminhoneiros poderão fazer refeições, realizar higiene pessoal e descansar após longas jornadas de trabalho. A iniciativa tem como objetivo promover a segurança nas estradas, reduzir a fadiga dos motoristas, prevenir acidentes e assegurar condições adequadas de repouso.