Neste sábado (8), às 9h, um Ato Contra o Feminicídio será realizado em frente ao Paço Municipal, na Avenida Afonso Pena, em Mato Grosso do Sul. O evento destaca a luta contra a violência de gênero e homenageia mulheres recentemente assassinadas no estado.
O folheto da manifestação trará os nomes das vítimas. O ato é organizado por diversas instituições, como a CUT, o Movimento Mulheres Sem Medo e o Instituto Nacional de Combate à Violência Familiar.
O ESTADO PERIGOSO PARA AS MULHERES
MS é o 2º estado com mais feminicídios no Brasil
Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição no ranking nacional de feminicídios em 2024, conforme dados das Secretarias Estaduais de Segurança, analisados com base no Censo 2022 do IBGE. O estado registrou uma taxa de 1,27 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes, totalizando 35 vítimas ao longo do ano. O primeiro colocado, Mato Grosso, apresenta taxa de 1,28 e 47 vítimas.
Somente em fevereiro, ao menos seis casos foram contabilizados, com a maioria das vítimas pertencendo à população indígena. Esse dado evidencia a vulnerabilidade de determinados grupos dentro do estado, reforçando a
necessidade de políticas específicas de proteção.
A Secretaria de Cidadania afirma que Mato Grosso do Sul se destaca por tipificar e notificar corretamente os casos de feminicídio desde a promulgação da Lei nº 13.104. Segundo a pasta, essa prática influencia diretamente os índices estaduais, colocando o estado entre os primeiros do país.
Além disso, a nota da secretaria reconhece que a alta incidência do crime está ligada a fatores estruturais e culturais da região Centro-Oeste, que demandam ações de enfrentamento e conscientização para reduzir os casos.
Para combater essa realidade, a Secretaria de Cidadania destacou a implementação de políticas públicas voltadas à prevenção da violência contra a mulher. Um dos principais exemplos citados é o Ceamca (Centro Especializado de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Adolescente), que ampliou o suporte a mulheres vítimas de violência doméstica.
O atendimento do Ceamca também se estende a crianças e adolescentes expostos a essas situações, abordando os impactos emocionais e cognitivos que resultam da convivência com a violência no ambiente familiar.